Vamos deixar o mundo um pouco mais educado ?

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Durante boa parte da minha infância, os sábados (e as vezes os domingos) eram reservados para jogar video game. Se você tiver a minha idade (nascido no início da década de 90 ou fim da década de 80), provavelmente, já teve a experiência de ir até uma video locadora. Sempre que possível, ia até a mais próxima da minha casa para alugar cartuchos para o meu Super Nintendo.

Nessas idas e vindas, entre Mario Kart, Bomberman, Star Wars e Super Star Soccer, lembro-me bem de algo que meu pai, sempre, me condicionava a fazer. Era necessário dar ‘bom dia’ a atendente (ou o atendente) que estivesse de serviço naquele dia. Confesso, tinha um pouco de vergonha e não achava bom ter que cumprir todas aquelas formalidades: “bom dia”, “com licença”, “obrigado” e “por favor”. Entretanto, hoje, peço licença para dizer obrigado por cada um dos muitos bom dia que precisei dar.

Algumas semanas atrás, fui ao cinema. Enquanto tomava um café, esperando a sessão começar, presenciei dois exemplos de falta de educação que me deixaram tão desapontados que resolvi escrever este texto.

Antes de continuar, preciso dizer que me considero sim uma pessoa educada, pelo menos na maior parte do tempo. Então, quaisquer reflexões adiante também servem para mim, nos momentos em que deixo escapar todos os exemplos de educação que recebi em minha vida. Além de colocar no papel o que senti assistindo aquelas situações, espero que este texto, um dia, permita-me lembrar de ensinar aos meus filhos como tornar o mundo um lugar um pouco mais educado.

1 - Fila do caixa

Enquanto esperava na fila do caixa da cafeteria, para fazer meu pedido, ouvi o atendente perguntar à uma pessoa:

atendente:

- com licença, o pedido da sua mãe é 1 (um) café e 1 (um) pão de queijo (não me lembro ao certo quais eram os itens, mas isso também não importa) ?

filha da cliente:

- você está perguntando pra mim ? Não foi eu quem fez o pedido, só estou aqui esperando para pegá-lo. Não é você quem deveria me dizer o que minha mãe lhe pediu ?

Imagine que você vai até uma cafeteria com alguém (por exemplo sua mãe). Ela vai até o caixa e faz um pedido. Você pode saber, ou não, qual é o pedido, mas se por algum motivo o atendente, educadamente, precisa confirmá-lo, qual o problema em você ajudá-lo ? Caso saiba o pedido, apenas confirme os produtos, caso não saiba pergunte ao seu acompanhante.

Entendo que nem sempre estamos em um dia bom. Isso pode ocorrer quando estamos trabalhando ou quando estamos consumindo algum produto ou serviço, mas falta de educação não faz com que seu trabalho melhore nem tão pouco acelera ou modifica aquilo que está comprando.

2 - Criança brincando 

Após fazer meu pedido sentei em uma mesa para esperar. Enquanto ainda estava digerindo o episódio anterior, olhei para o lado e vi uma criança pequena brincando. Era um garotinho lindo e aparentemente levado.

Inicialmente ele estava brincando perto da mesa dos pais. Depois de alguns minutos, o garoto foi brincar próximo de uma mesa onde uma senhora saboreava um café. Durante a brincadeira o menino começou a empurrar a mesa e por pouco não derramou tudo que estava sobre a mesa. 

Percebendo a situação, a mãe foi até o garoto, colocou-o no colo e saiu sem falar nada. Além de não desculpar-se com a senhora (em nome do filho), perdeu a chance de ensinar ao garoto que o que ele havia feito não era certo.

É óbvio que não posso culpar a criança por atrapalhar o café da senhora, ele ainda não é capaz de perceber que sua brincadeira provocou incômodo a outra pessoa. Por outro lado, a mãe poderia ensinar ao filho que aquele comportamento não era adequado. Na infância aprendemos por imitação, logo provocar experiências assim ajuda na construção de discernimento da criança.

Vivemos cada vez mais nervosos, estressados, apressados e ansiosos. Infelizmente, esse estado de espírito reflete em nossa saúde e em nossas relações interpessoais. O mais grave é que nossos problemas interpessoais provocam um clico de mais nervosismo, stress e ansiedade.

Acredito que o primeiro passo para quebrar essa corrente é criar consciência do problema, modificar nossas reações e repassar bons exemplos para as novas gerações. Gentileza gera gentileza. E aí, vamos deixar o mundo um pouco mais educado ?

Gentileza

PS.: Posso enumerar aqui diversos momentos marcantes em que minha mãe, avós, avôs ou outros familiares me proporcionaram exemplos de educação. Citei aqui, um desses momentos, vivido com meu pai, simplesmente porque me veio a cabeça primeiro quando pensei em escrever este artigo. :)

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Rafael Pacheco

Rafael Pacheco

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